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domingo, 16 de novembro de 2014

CUCO


- “ Mamãe diz que ainda sou tão pequeno. Apesar de me sentir muito sozinho, sou feliz.... Não tenho irmãozinhos.... Ando pelo apartamento de um lado para outro. Corro..., brinco..., também...., não tem ninguém para me atrapalhar! . Papai e mamãe trabalham numa grande fábrica, saem bem cedinho e chegam muito tarde. Eles ficam falando que fazem faculdade e pós-graduação. Ás vezes não entendo bem o que acontece entre eles, mas tento fazer de tudo para não atrapalhar.
Aos finais de semana mamãe fica em casa, mas não consegue me dar atenção, além de arrumar a casa, passar roupas, fazer a comida. Passa o resto do tempo trabalhando no computador. Papai diz que é o responsável de um projeto para construção de galpões, que são vendidos para empresas. Este projeto toma-lhe também os sábados e domingos. Chega somente à noite e está sempre muito cansado, é uma pena! Porque a segunda-feira chega muito rápido, e eu nunca tenho a oportunidade de falar tudo que eu gostaria. Mamãe tenta me consolar e diz que todo este sacrifício é para mim, que um dia irei agradecê-los, mas eu queria que fosse agora, e eu quero tão pouco, apenas um sorriso deles, uma palavra que pudesse lembrar-me que sou uma criança amada. Mas tudo que escuto é “ Fique quieto; Vá brincar; Não posso falar agora; Vá jogar videogame; Abaixe o som; Desligue a tv; Não faça isso; Não faça aquilo; Está na hora de dormir”.
Eu tenho pouco tempo para ficar com eles, mas adoro esses momentos, pois quando mamãe está falando comigo, mesmo que seja para me dar bronca ou brigar, fico olhando para o rosto dela, mesmo zangada ela é tão bonita! E quando está em pé na minha frente; Minha nossa senhora! É enorme! Parece que pode encostar as mãos no céu e sinto-me tão pequeno perto dela que ás vezes mal consigo ouvir sua voz aqui embaixo, meu pescoço até dói de tanto olhar para cima e admirar a sua beleza. Quando ela está por perto, sinto-me mais forte, pois sei que com todo esse tamanho, ninguém ousaria me enfrentar. 
Eu não posso reclamar de nada. Tenho de tudo em casa, televisão á cabo, videogame, muitos brinquedos, vários super-heróis, entre muitos outros. Mas puxa vida! Não tenho nenhum amiguinho. Sou muito tímido, mas apesar disso, na minha escolinha só consigo arrumar brigas, pois todos sempre me deixam de lado, zombam de mim principalmente por causa da maneira que papai e mamãe me chamam, Cuco. Chamam-me assim desde quando eu era bebê, até pouco tempo eu não entendia o porquê, é eu que acordava para mamar sempre no mesmo horário. Eu sempre me emociono quando mamãe me telefona do trabalho dela, fico ansioso, esperando o telefone tocar, só para escutar a sua voz. 
Durante a semana mamãe acorda de manhã cedinho, prepara meu lanchinho da escolinha, e o meu café com pãozinho e bolachas, deixa tudo pronto sobre a mesa. O meu almoço e jantar fica numa lancheirinha que deixa a comida quentinha, aí é só comer. Mamãe me ensinou que depois de comer tudo, devo colocar meu pratinho numa máquina que lava toda a louça. Não temos empregada, porque meu pai diz que tinha que ser uma pessoa que ele pudesse confiar, e todas as que eles arrumaram, só davam dores de cabeça, porque chegavam atrasadas, faltavam, e aí acabavam brigando com elas, e iam embora. Papai diz que precisa guardar dinheiro, e que eu posso muito bem ficar sozinho, é só deixar tudo pronto para mim. 
Meu único amigo é o Tio Luiz, que é o dono da perua que vem todos os dias me buscar para ir á escolinha. Ele chega ao meio dia e me traz às cinco horas da tarde. Eu sempre me sento no banco atrás dele, porque os outros alunos ficam me aborrecendo e eu percebo que ele sempre me protege. 
Quando chego em casa, tomo banho e janto, brinco um pouquinho, ás vezes visto as roupas do papai e da mamãe, para senti-los mais de perto..., jogo videogame..., e faço a lição de casa, porque se eu esqueço minha mãe fica muito brava. Às vezes não consigo fazer toda a tarefa, aí levo uma bronca da professora no outro dia. Faço um pouco de tudo para o tempo passar logo, não vejo a hora de ver mamãe e papai chegar, lavo o rosto com água fria, e escovo os dentinhos, fico comendo salgadinhos assistindo desenhos na televisão, mas o sono vem com tanta força, que eu acabo dormindo no sofá antes deles chegarem.
Na segunda feira, quando papai chegou em casa recebeu do porteiro um pacote enviado por minha avó e segundo a carta que acompanhava aquele embrulho, ela estava de mudança e iria lhe fazer uma surpresa, dando-lhe aquele presente, pois era uma lembrança de quando ele era criança. Ao desembrulhar o pacote viu uma antiga peça, que estava guardada há mais de 30 anos no sótão da velha casa da fazenda. Deu corda e viu que estava funcionando, colocou-o na parede da sala e programou-o para funcionar á partir das oito horas da manhã. Quando o presente chegou, eu já estava dormindo.
Pela manhã, para minha surpresa ouvi que chamavam meu nome...
“Cuco... Cuco... Cuco...” estranhei, pois somente mamãe e papai chamavam-me assim, pulei da cama na certeza que eles não tinham ido trabalhar, logo imaginei que iriam brincar comigo o dia todo, levar-me para passear e teria a oportunidade de dizer o quanto gosto deles e que sinto muita saudade. Com certeza mamãe iria lembrar-se de agradecer as rosas que trago todos os dias para ela. Levantei-me e corri pela casa.
- Mamãe,...Papai... Onde vocês estão? Brincando de esconde-esconde comigo? 
Fui ao banheiro, andei pelos corredores e ao chegar na sala ouvi novamente,
“ Cuco, Cuco...Cuco...”. Fiquei todo arrepiado. De onde vinha aquela voz? Observei que vinha de uma caixa pendurada na parede, era velha, uma cor horrível, não combinava com os móveis da mamãe. Notei que um pequeno pássaro saia lá de dentro e me chamava, “Cuco, Cuco”, com certeza era uma pessoa da família que me queria muito bem. Meu coração bateu forte, a voz era firme, porém suave e a cada “Cuco” que ele falava parecia uma música que tocava nos meus ouvidos. Fiquei tão contente que chorei de alegria, pois ele estava ali e queria conversar. Coloquei uma cadeira, subi, bati em sua portinha, pedi que ele saísse e falasse comigo outra vez. Falei baixinho para não assustá-lo. 
- Você chamou meu nome! Você é meu amigo?
Mas ele parecia tímido como eu. Chamou-me várias vezes e depois que eu atendi escondeu-se de mim, mas eu sabia que ele estava ali e logo que a vergonha passasse ele voltaria a me chamar. Corri, escovei os dentes, tomei meu café, mas sempre de olho na caixinha da parede. Após algum tempo ele apareceu, meu coração disparou, larguei tudo que estava fazendo, ele estava novamente me chamando... “Cuco... Cuco...Cuco....” Era tão bonito, quando aquele pássaro saia daquela pequena caixinha comecei a achar que eles tinham uma cor maravilhosa, e para mim a nossa casa não combinava mais com tanta beleza. Ele parecia feliz, mas logo se recolheu novamente. Durante a manhã fomos ficando íntimos, antes que eu fosse para a escolinha, ele voltou por diversas vezes á me chamar, e passei a chamá-lo de meu irmãozinho, porque só ele, papai e mamãe me chamavam de Cuco.
Ao voltar da escolinha, quando o Tio Luiz me deixou em frente ao prédio, corri para casa e logo que cheguei no corredor ouvi o meu irmãozinho me chamar “Cuco... Cuco... Cuco...”. Percebi que ele tinha ficado para fora da casinha e não tinha se escondido, fiquei super contente, pois consegui vê-lo mais de perto. Estava quieto. Perguntei por seus pais; e neste momento pude ver que seus olhinhos encheram de lágrimas. Olhei dentro da casinha e vi que ele também estava sozinho, só então entendi, ele precisava de um amiguinho, assim como eu, e me escolheu, agora nós dois estávamos juntos e muito contentes.
Comecei a contar as minhas alegrias e tristezas. O telefone tocou, eu sabia que era a mamãe, pedi licença ao meu amiguinho, agora meu irmãozinho e atendi ao telefone, pela primeira vez, eu não a deixei falar, tentei demonstrar a alegria que eu estava sentindo. Agora tinha alguém que se importava comigo e não queria sair do meu lado. Mamãe não entendeu nada e perguntou assustada quem estava comigo. Antes que pudesse responder desligou o telefone e ligou na portaria, logo o porteiro do prédio batia na minha porta, veio saber quem estava comigo, pois minha mãe estava preocupada. Quando mostrei o meu novo amiguinho, ele deu uma gargalhada, acariciou minha cabeça e ligou para minha mãe explicando-lhe alguma coisa e desligou o telefone.
O pássaro ficava ali parado eu não tirava os olhos dele, fiquei falando e ele somente me ouvia, e só de vez em quando chamava meu nome, como se respondesse a tudo o que lhe contei. Durante os dias que seguiram a nossa convivência aumentou e eu já podia ouvi-lo. Ele queria saber porque eu andava pela casa esfregando as mãos nas paredes, porque eu entrava no banheiro da mamãe, sentava-me na cadeira da cabeceira da mesa e fingia falar com alguém, tentei esconder dele, fiquei com tanta vergonha! Mas meu amiguinho era insistente, mesmo da portinha de sua casa olhava-me fixamente e me pedia para conversar com ele. Tentei resistir, mas entre verdadeiros amigos não se pode esconder nada. Pedi para que ele prestasse atenção, e expliquei que esfregava as mãos nas paredes porque sabia que era por ali que mamãe passava e assim eu podia senti-la por perto. Entrava no banheiro dela para sentir o seu perfume no ar. Eu podia vê-la andando de um lado para outro da casa e eu sigo seus passos para me sentir mais próximo, sento-me á cadeira na ponta da mesa, porque aos domingos quando meu pai não vai trabalhar senta-se ali e diz com sua voz grossa que se sente um super-homem por ter uma família como a nossa. Isso me dá tanta alegria, porque eu acho que ele é um super-homem mesmo. O meu amiguinho do alto da sua casinha estava emocionado com as minhas revelações e perguntou-me se meus pais sabiam disso, fiquei preocupado com aquela pergunta e respondi:
- É claro que não. Eles não podem saber que tenho saudades deles, poderiam achar que estou ficando doido e você tem que me prometer que não vai contar nada para eles, preciso que prometa.
Meu amiguinho chamou-me várias vezes “Cuco... Cuco... Cuco...”, então eu entendi que tínhamos feito um pacto de silêncio, só que o danadinho convenceu-me a esperá-los naquela noite. Eu tentei dizer que o sono era muito forte e eu acabava dormindo antes que eles chegassem.
Meu amiguinho sussurrou-me uma grande idéia. Então peguei meu colchãozinho e meu cobertor e coloquei atrás da porta da sala, porque assim que eles chegassem teriam que me acordar e eu poderia falar tudo que estava acontecendo comigo e com meu amiguinho. Mas o sono era pesado e não acordei. Quando meus pais chegaram tiveram que empurrar a porta e observaram que eu estava dormindo, eles não entenderam porque eu estava ali, pegaram-me no colo para me levar para a minha caminha. Eu percebi que estava no colo da mamãe, sentia o seu perfume que era tão gostoso! Tentei contar a minha alegria por ter um amiguinho, mas eu não conseguia, meus olhos nem abriam, estava com muito sono e queria dormir. Senti quando ela me beijou, queria pedir que me acordasse antes que fosse trabalhar, eu precisava contar-lhe sobre meu amiguinho. Mas quando ouvi“ Cuco... Cuco... Cuco...”, e acordei eles já haviam saído outra vez.
Gritei de raiva, fui até a janela na esperança que me ouvissem, mas não escutaram, sentei-me embaixo da casinha do meu amiguinho e conversamos a manhã toda. Contava-me suas estórias e eu as minhas. Quando o Tio Luiz veio me buscar para ir á escola eu estava chorando. Perguntou-me porque eu estava tão triste, pois ele já me conhecia há muito tempo, desde o maternal quando entrei na escolinha e sabia quando eu estava triste, fazia brincadeiras para me arrancar um sorriso, mas eu nem ligava.
Ao chegar na escolinha fui chamado na diretoria, pois uma senhora havia reclamado que suas rosas estavam sendo roubadas e acusou-me. Fiquei sem saber do que ela falava, pois a única coisa que eu fazia era colher do jardim de uma casa perto da escola, uma rosa para dar de presente para a minha mãe, queria vê-la contente quando chegasse do trabalho. A diretora disse-me que eu ficaria de castigo até que meus pais fossem me buscar e pagasse o prejuízo que causei a aquela senhora. Ligou para mamãe, que pediu para ligar para meu pai, pois tinha um compromisso inadiável e não poderia comparecer na escola, e com certeza ele se encarregaria de buscar-me. Assim fez a diretora e meu pai confirmou que iria após cumprir alguns compromissos. As horas passavam, eu estava sentado numa cadeira dura e desconfortável, a diretora disse-me que eu não poderia me levantar, mas apesar de cansado eu estava contente, pois o meu super-homem viria salvar-me. Com certeza falaria poucas e boas para essa velha rabugenta. Os alunos passavam pela janela da diretoria e faziam caretas e gozações por me ver ali de castigo, entravam no perua do Tio Luiz, que contou por várias vezes os alunos, percebendo minha ausência, foi conversar com a diretora, que lhe disse que eu só iria embora quando meu pai viesse me buscar. O Tio Luiz olhou-me pela vidraça balançou negativamente a cabeça e despediu-se de mim. Percebi que seu olhar era triste. Meu coração parecia estar sendo esmagado com as mãos, mas por outro lado sabia que meu pai logo iria chegar, até porque já começava a chover e anoitecer, e eu não sabia ir embora sozinho para casa. Eu estava pensando no meu amiguinho, pois tinha certeza que ele deveria estar muito preocupado com a minha demora, e ele também estava sozinho em casa sem poder fazer nada. O portão da escola se fechou. A diretora rabugenta saiu e disse-me:
- Ôh! Pequeno ladrão de rosas. Pode ir embora, porque ninguém vem te buscar. Seu pai nem ao menos ligou para dizer que não poderia vir. 
Eu tinha tanto medo dela que não consegui lhe dizer que não sabia ir para casa sozinho. Comecei a chorar e saí pela porta da frente. Andei de um lado para outro, chovia sem parar, vi quando o carro da diretora passou por mim e foi embora, corri atrás dela para pedir socorro, mas ela nem me viu, já estava escuro. Minhas roupas estavam molhadas e grudava no meu corpo, eu sentia frio. Estava desesperado e com muito medo. Agachei-me num cantinho, cobri a cabeça com a mochila para tentar abrigar-me da chuva e esperar por meu pai. Trovejava e relampeava, eu chorava de medo, estava apavorado, não conseguia ver nada. Ouvi um barulho de motor de carro, tive a certeza que era meu pai, levantei a cabeça e vi do outro lado com um sorriso nos lábios, o Tio Luiz, veio em minha direção, pegou-me no colo como se eu fosse um bebezinho, procurou proteger-me da chuva. Eu chorava tanto que molhava ainda mais a sua camisa, ele apertou-me em seu peito e muito emocionado dizia-me que jamais deixaria seu pequeno menino sozinho e que voltaria quantas vezes fosse preciso, mas nunca me abandonaria. Trouxe-me para casa entrou no apartamento, deu-me um banho quente, pôs meu pijaminha e deu-me um chá quentinho, colocou-me na cama, beijou-me o rosto e carinhosamente despediu-se dizendo que voltaria amanhã para levar-me á escola.
Meu amiguinho me chamou várias vezes, mas estava com a voz fraca e pausada, ora grossa, ora fina, quase não pude ouvi-lo direito e pronunciava meu nome como se também estivesse me culpando por ter roubado as rosas.
“Cuooocuoco, cuuuuuuuuuuuuuuuuuco...cuuucccooooo... cuooooooooo.....”, eu estava envergonhado por ter feito aquilo, mas para mim não tinha maldade, só queria agradar minha mãe.
Com certeza meu pai não foi me buscar na escola porque estava triste comigo e jamais voltaria para casa. Tentei conversar com meu amiguinho, mas ele não me respondeu. Estava muito triste, até o meu único amigo estava chateado comigo, ficava parado não se movia, até o relógio que ficava em cima da casinha parou de funcionar, todos estavam contra mim, então lembrei que o único amigo que eu tinha de verdade e que gostava de mim era o Tio Luiz. Eu estava triste, com um aperto no meu peito. Peguei uma roupa e meu cobertorzinho. Já que ninguém gostava mais de mim, resolvi sair de casa e morar com o meu Tio Luiz, aproveitei um descuido do porteiro e fui para a rua. Já era muito tarde, ainda chovia um pouco, queria encontrar o Tio Luiz, mas não sabia onde encontrá-lo, andei por ruas escuras até chegar em uma praça. Cansado de tanto andar escondi-me atrás de um banco. 
A Chuva já tinha parado, estava com muito sono, adormeci e comecei a sonhar. Eu ouvi o meu amiguinho me chamando:
“Cuco... Cuco...”. A vontade de ter um amigo por perto era tão grande que eu acordei e pensei que estava em casa. Bobagem! Ele não poderia ter me encontrado, mas continuava a ouvir aquelas vozes me chamar:
“Cuco... Cuco...”. Ergui a cabeça por cima do banco e vi algumas pessoas vindo em minha direção, a alegria tomou conta de mim. Tio Luiz á frente, em seguida o porteiro do prédio, mamãe e papai logo atrás. Todos cansados, pareciam preocupados, gritavam o meu nome.
- Eu tinha certeza que estava sonhando, pois meus pais não iram se misturar com outras pessoas, principalmente á noite a minha procura, mas resolvi sair e levantei-me segurando meu cobertorzinho e fui ao encontro deles. Minha mãe me avistou á distância, correu até mim, chorava e gritava:
- Meu filho, meu filhinho, o que você está fazendo aqui? Eu estava aflita. 
Pegou-me no colo, me beijou várias vezes e abraçou-me. Meu pai se aproximou e nos abraçou também. O Tio Luiz e o porteiro também vieram até nós. Olhei para ela e disse:
-Eu tenho saudade de vocês, queria tê-los por perto mais tempo e pensei que estivessem com raiva de mim por eu ter pegado as rosas, eu não roubei, pensei que pudesse colher, eu não queria dar prejuízo a ninguém. Também achei que por causa do roubo das rosas ninguém gostasse mais de mim, por isso não foram me buscar na escola, e nem ligaram para mim! Então resolvi morar com quem gosta de mim, o Tio Luiz, e eu vim procurar ele, mas não sei onde ele mora!. 
Meus pais sentaram-se no banco da praça e tentaram de todas as formas me convencer que eu estava errado e que gostavam de mim, que iriam mudar seu comportamento. Pediram-me desculpas pela falta de atenção comigo, e todos choramos juntos.
Voltamos para casa. Papai consertou o meu amiguinho. Ele não tinha me abandonado somente precisava também de carinho e uma tal de corda para funcionar, fiquei muito contente de vê-lo novamente chamando-me, papai me explicou porque ele precisava de cordas. 
A partir deste dia mamãe passou a chegar mais cedo em casa, percebi que eles estavam mais unidos, pois mudaram o horário de trabalho. Quando papai chegava do serviço dos finais de semana, íamos brincar e jogar bola, mamãe passou a nos acompanhar, e sempre dávamos um jeitinho de levar meu amiguinho junto.

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